Vinicius Ribeiro - Arquiteto, Urbanista e Professor Universitário

O Desafio do Planejamento e Mobilidade Urbana Diante da Terceira Idade

Pesquisas indicam que no ano de 2050, 30% da população brasileira terá 60 anos

Vinicius Ribeiro Artigos 2307 views 5 min. de leitura

O Desafio do Planejamento e Mobilidade Urbana Diante da Terceira Idade
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Pesquisas indicam que no ano de 2050, 30% da população brasileira terá 60 anos de idade, ou mais. Na prática, isso significa dizer que a população de idosos triplicará em pouco mais de trinta anos, em nosso país. Por mais que os nossos idosos estejam cada vez mais ativos e longe de parecerem ou sentirem-se velhos, a sociedade precisa se adaptar a essa parcela significativa da população, que em algum momento vai precisar de um olhar diferenciado.

As políticas públicas, nas mais diferentes áreas, ainda estão dando os primeiros passos quando o assunto é a terceira idade.  Mas quando tratamos especificamente do Planejamento e da Mobilidade urbana para essa parcela da população, podemos dizer que mal começamos a engatinhar. A falta de cultura de mobilidade humana é um fator comum às cidades brasileiras e agrava-se muito quando focamos para a terceira idade.

As nossas ruas e calçadas são os exemplos mais visíveis dessa falta de planejamento. Calçadas estreitas, buracos de todo tipo, semáforos rápidos demais e degraus altos dos ônibus, são alguns problemas enfrentados diariamente pelos idosos. Infelizmente, nossa política ainda resume-se à delimitação de vagas de estacionamento para idosos, que nem sempre é respeitada por terceiros e a isenção de tarifa no transporte público coletivo, para quem tem mais de 60 anos. Isso é pouco, quase nada diante da necessidade e do direito de qualquer cidadão, jovem ou de mais idade, de se locomover pela sua cidade com segurança e tranquilidade.

O Desafio do Planejamento e Mobilidade Urbana Diante da Terceira Idade

A mobilidade envolve grandes obras de infraestrutura adaptável que são onerosas e, por isso, a tendência é de que sejam lentas. É preciso construir calçadas largas, regulares e com piso antiderrapante. É necessário ainda a implantação de barras para subir e descer escadas, e o acesso ao ônibus no mesmo nível da calçada. São leis que já existem, e infelizmente, pouco cumpridas.

Por outro lado, a solução nem sempre é cara. Medidas simples como disponibilizar bancos reservados nas paradas de ônibus, repor a pedra que falta na calçada ou então prolongar o tempo do sinal fechado em semáforos, especialmente em grandes avenidas, seriam muito bem vindas.

O fato é que as nossas cidades não estão preparadas para acolher essa parcela da população. Estamos desafiados a adaptar a capacidade funcional do espaço urbano para nossos idosos, assim como adaptar nosso olhar e nossos corações para que essas pessoas tenham todo o respeito e conforto que merecem.

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